Por favor, Senhor, abra Tua porta para mim.
Apesar de não ter roubado quem quer que seja, não sei se mereço, mas peço.
Apesar de não ter matado nem física, mental ou moralmente alguém, mesmo assim não sei se mereço, mas peço.
Apesar de ter judiado uma vez de algumas avezinhas quando pequena e disso nunca vou me esquecer e nem me perdoar e de ter comido formigas porque minhas amiguinhas do jardim da infância diziam ser bom para a vista, alegando que nunca tinham visto uma formiga de óculos, sei que não mereço, mas peço.
Apesar de continuar cometendo pecados diversos e adversos, nunca caluniei ou difamei ninguém; não sei se por assim ser, isso possa contar como ponto a meu favor; por isso, peço.
Apesar de ter deixado dois companheiros à margem de minha vida antes que nos apunhalássemos , infeliz que fui morrendo um pouco a cada dia, e assim infelicidade causando a eles, não sei se mereço, mas peço.
Apesar de meus pais terem partido na flor da minha idade; de meu irmão, totalmente contra sua vontade, ter me deixado a falar sozinha; de meu avô continuar semeando saudade nos meus dias e nas noites também; apesar de todas essas perdas, Senhor, nunca blasfemei achando que não merecia; por isso, peço.
Apesar de tentar ser uma boa irmã, uma amiga verdadeira, uma aprendiz atenta, uma mulher silenciosa porém vívida, não sei se o sou, mas mesmo assim, peço.
Apesar de escrever fielmente o que sinto, de ser perdidamente apaixonada por livros e músicas, não sei se mereço, mas peço.
Apesar de amar o irremediável, talvez não mereça, mas peço.
Por favor, Senhor, abra a porta e deixe que eu saia.
Não consigo mais ficar trancafiada aqui neste corpo, tamanha é minha aflição.
Ou talvez eu não mereça mesmo, talvez esteja tudo de acordo com o que deve ser.
Mesmo assim, peço.
Olá querida amiga, irmã, ouvinte e parceira assídua de tantas madrugadas de carteado!
Não sei se entendi bem a sua mensagem, mas pareceu-me muito triste, pesada, desolada e amargurada. Difícil até de acreditar que partiu de você, uma pessoa tão sensível, leve, bem humorada, especial e de bem com a vida.
Você é uma pessoa encantadora. É gratificante e adorável tê-la por perto, conversar com você, rir muito, compartilhar seu bom humor e criatividade, na escrita então, você é insuperável. Eu te adoro e fiquei deveras triste com esse conto, ou poema, ou algo semelhante. Levanta esse astral e continue sendo a pessoa admirável que sempre foi e sempre será, sho, sho tristeza.
Desculpe-me se não consigo expressar-me como você, mas o importante é que te admiro e te amo muito do jeitinho que você é, sem tirar, nem acrescentar nadica de nada. Saudade do cê. bjos, bjos, bjos,Regiane
Querida Bel, hoje eu pensei tanto em você, nesse seu texto. Lá na escola eu pensava , “chegando em casa vou mandar um e-mail pessoal pra Bel”. Fiquei angustiada com esse seu texto, eu li hoje de manhã. E todas as pessoas que a prezam, que a amam, ficariam igualmente preocupadas. Pessoas que sabem, Bel, do seu valor, como ser humano, como escritora sensível e talentosa que é.
Agora a pouco cheguei do trabalho e fui até minha escrivaninha no Recanto, onde eu entro mais quando vou postar alguma novidade. E foi uma grata surpresa quando vi que me visitou lá. Eu sorri de alívio e alegria. Fique bem!!!
Isabel, é muito bonito, mas não sei se interpretei certo, tive a sensação de uma despedida, uma desesperança, uma descrença na vida. Fiquei triste !
Irmã, você não está trancafiada no seu corpo porque consegue transportar sua alma na escrita. Ela passeia , vagueia, devaneia. Deus lhe deu esse dom!
Parabéns.
Bjs, Regina