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Posts Tagged ‘gestos’
Reverso
Posted in Cristais, tagged alma, compasso, encanto, espelho, face, gestos, lembranças, prazer, presente on 27/07/2013| 1 Comment »
Um Pouco de Paz
Posted in Cristais, tagged alma, carinho, coração, criança, dor, filho, gestos, paz on 07/05/2013| 1 Comment »
Porque choras, criança?
carregas em teus gestos
uma porção de coisas cheias de dor
Deixa que eu te embale em meus braços
nestes braços que nunca estreitou um filho
mas que sabem se fazer de carinhos
Olha para mim, criança
vês que mesmo tendo os olhos marejados
coração flechado
é possível se sonhar
Deixa que eu toque em teu corpo
beije teus cabelos
afague tua alma
Se preciso for, choro contigo
se preciso for, morro contigo
se preciso for, sempre contigo
Deixa que seja preciso, criança
prometo depois de amá-lo
adormecê-lo em paz
Quando Te Vi
Posted in Recortes, tagged estrelas, gestos, olhares, procura, silêncio, sorriso on 12/11/2011| 1 Comment »
A primeira vez que te vi
tinhas estrelas nas mãos
esperanças nos olhos
mel nos lábios
traçados nos passos
Teu coração não batia compassado
quando senti o calor de tuas mãos
em minhas mãos
Na estiagem do tempo
perdíamos tempo
mas não os momentos
nos procurando
entre o sorriso e a palavra
ouvindo todos os silêncios
até os impossíveis
Não importa se depois
corremos em paralelo na vida
como as chuvas nos jardins
O que marcou
marca eterna
foram as estrelas
que perduram ainda
depois de tantas outras vezes
que te vi
Ternura Antiga
Posted in Recortes, tagged carta de amor, esperanças, gestos, girassol, inverno, lápis de cor, lembranças, loucura, outono, pranto, silêncio, solidão on 27/06/2011| 1 Comment »
Naquela tarde de outono Sofia resolveu escrever uma carta de amor para ninguém.
Escolheu um envelope de cor suave.
Fechou-o com um decalque, uma pequena borboleta azul.
Saiu à rua segurando-a nas pontas dos dedos e, num descuido proposital, soltou-a a revelia do vento que começava a soprar.
Quando a ouviu bater no chão sentiu sua alma angustiada, mas também sentiu esperanças.
Correu para casa, postou-se à janela para observar se alguém a recolhia.
Sofia viu sua carta de amor voar de lá para cá, sujar-se, molhar-se.
Aquela dor lancinante no peito persistia enquanto passantes desatentos a pisavam, rasgando-a, tornando-a pedaços de papel a rolar pela rua.
Sua carta de amor reduzida, cruel verdade, a palavras dilaceradas.
Mas não desistiu.
Na tarde seguinte, ainda outono, Sofia reescreveu sua carta de amor para ninguém.
Na mesma cor suave, fechou o envelope com um decalque, desta vez um delicado e pequeno girassol.
E novamente soltou-a na rua e voltou à janela mais uma vez.
A noite veio, fria, enevoada.
Sua carta, silenciosa.
O dia chegou aos raios de um sol tímido, branco.
A carta, em aflita solidão, ali permanecia.
Sofia, na janela, a confirmar sua desesperança.
Foi quando ele surgiu.
Vinha cabisbaixo, triste, falando sozinho ou cantando, não sei.
Parou de repente e, com um brilho diferente no olhar, ficou por um tempo estagnado como se houvesse encontrado um tesouro.
Com o envelope a brincar entre os dedos, meio surpreso, meio intrigado, sentou-se no meio fio da calçada, abriu-o e leu, primeiro de um fôlego só e depois lentamente, aquela carta de amor.
E chorou.
Chorou por um tempo sem fim, sem que algum passante se importasse com seus soluços e seus gestos tardios.
Ainda com os olhos marejados, tirou um lápis de cor de seu bolso esquerdo e escreveu alguma coisa no envelope, junto ao girassol.
E se foi.
Com a carta de amor em seu bolso, junto ao coração e a outros lápis que costumava carregar sem saber ao certo porquê.
Sofia desceu em desabalada carreira pelas escadas, pegou o envelope do chão, leu-o e, com o coração a sair-lhe pela boca, procurou-o com os olhos em meio à multidão.
Mas ele já havia sumido, com a mesma maestria com que havia aparecido.
O certo é que depois daquela tarde Sofia nunca mais conseguiu permitir a entrada de outro em seu coração.
Tentou, mas aquele momento foi profundo e mágico, foi mais forte que sua simples vontade de querer outro alguém.
Muitos outonos passaram.
Outro inverno chegou.
E o envelope continua, com aquela caligrafia firme e terna, guardado em sua caixa de lembranças, adormecido em seu coração.
Para sempre.
Procuro-te
como se nunca o tivesse visto
e surpresa
vejo que és como sempre te guardei
em mim
Teus olhos falam
com a voz que sempre escuto
quando a vida me surpreende
com uma bússola
Das tuas palavras
sorvo a sabedoria
de saberes grande em mim
embora te mostres pequeno
Tuas mãos como que distraídas
contam segredos
rasgam cortinas
para me encontrar
escondida atrás de ti